sexta-feira, 6 de agosto de 2010

PREVENÇÃO DA PARAGEM CARDIO-RESPIRATÓRIA

1. Obstrução da via aérea

Reconhecimento
Verificar a permeabilidade da via aérea constitui uma medida indispensável na avaliação dos doentes em risco de obstrução. No caso de “engasgamento”, se o doente estiver consciente, pode queixar-se de dificuldade respiratória ou apresentar um “fácies” de angústia marcada, levando muitas vezes as mãos ao pescoço em sinal de desespero.
Na obstrução parcial existe um ruído inspiratório mas, se a obstrução é total, há silêncio respiratório. Se ainda houver esforço respiratório, o doente apresenta sinais de grande angústia e pode já estar em exaustão. Há recurso aos músculos acessórios (adejo nasal e tiragem intercostal e supraclavicular) e o padrão dos movimentos abdominais é descrito como “em barco”, com expansão do abdómen e retracção torácica, pois o esforço inspiratório com a via aérea obstruída provoca movimentos opostos aos da respiração normal.

Recomendação
Nestes casos a prioridade é a permeabilização da via aérea, incluindo as manobras básicas descritas no SBV ou mais avançadas como a entubação endotraqueal.
A prevenção da obstrução da via aérea centra-se essencialmente na identificação e resolução do problema que a provoca.
Por exemplo:
• O sangue e secreções devem ser removidos precocemente e o doente colocado em Posição Lateral de Segurança (PLS), salvo se houver contra-indicação;
• Os doentes com alterações do estado de consciência têm risco de obstrução da via aérea, o que significa ser necessário assumir medidas preventivas, nomeadamente:
­ Aspiração de secreções;
­ Posicionamento (alinhamento da cabeça e pescoço);
­ Extensão da cabeça;
­ Colocação de um tubo orofaríngeo;
­ Entubação traqueal ou traqueostomia.

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