sexta-feira, 6 de agosto de 2010

2. Ventilação inadequada

Diagnóstico
Os doentes conscientes com dificuldade respiratória, apresentam habitualmente queixas e a avaliação clínica permite identificar a etiologia:

• A hipóxia manifesta-se muitas vezes por irritabilidade e confusão;
• A hipercápnia pode provocar letargia e depressão do estado de consciência;
• A cianose pode ser evidente;
• A elevação da frequência respiratória (> 30 cpm) indica geralmente problemas respiratórios.

A oximetria de pulso é um método simples e útil de complementar a avaliação destes doentes, sendo um bom indicador indirecto da oxigenação. Não deve dispensar, contudo, a avaliação por gasimetria arterial, que não só fornece informações mais fidedignas sobre a oxigenação como sobre a PaCO2 e pH. Uma elevação progressiva da PaCO2 e a diminuição do valor de pH são habitualmente sinais tardios de problemas respiratórios.

Tratamento
Aos doentes com hipóxia deve ser administrado oxigénio suplementar e o tratamento dirigido à causa subjacente. Por exemplo, num doente em dificuldade respiratória e com história de traumatismo torácico recente deve considerar-se a possibilidade de pneumotórax, que deve ser confirmada ou excluída de imediato. O diagnóstico de pneumotórax hipertensivo é clínico e implica drenagem imediata, inicialmente através da introdução de um catéter venoso de grande calibre (ex: G14) no 2º espaço intercostal ao nível da linha médio-clavicular e, depois, pela colocação de uma drenagem pleural, caso se confirme a presença de pneumotórax. Nos casos de pneumonia é fundamental a antibioterapia adequada e, de forma complementar, cinesiterapia e terapêutica de suporte.
Em alguns casos pode haver necessidade de suporte ventilatório após entubação traqueal ou a utilização de ventilação não invasiva.

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