segunda-feira, 13 de outubro de 2008

EQUIPAMENTO DE OXIGENOTERAPIA

A. A Garrafa de Oxigénio

O oxigénio utilizado em emergência médica é o oxigénio medicinal, contido, sob altas pressões, em tubos ou garrafas próprias, com capacidades variáveis conforme se destinem a aparelhos portáteis (por exemplo, ambulâncias) ou a ser utilizados em depósitos fixos (por exemplo, posto de socorros).
Estas garrafas têm a forma cilíndrica e, devido ao facto de suportarem um gás a altas pressões, são constituídas por uma dupla parede de metal soldadas entre as suas duas calotes, resultando uma linha de fractura com menor capacidade de resistência, o que em caso de rebentamento impede a garrafa de se fragmentar como se de uma bomba se tratasse.
A terminação superior da garrafa é uma torneira retentora de altas pressões que, quando aberta, permite a libertação do oxigénio para atmosfera, através de uma saída rosqueada. Em algumas garrafas de pequena capacidade não existe torneira e a saída não é rosqueada, consistindo apenas num pequeno orifício ao qual se adapta um retentor que é fixo com o auxílio de dois espigões de alinhamento e uma rosca macho de aperto.

Para além das características de fabrico já mencionadas, as garrafas de oxigénio obedecem a outras normas das quais se destacam:

1. A garrafa é branca, ou pelo menos o topo é pintado de branco, cor atribuída internacionalmente, na tabela de gases, ao oxigénio medicinal. Porém, nos EUA. as garrafas são pintadas de verde;.

2. O seu conteúdo é de cerca de 99,9% de oxigénio. O oxigénio medicinal destina-se unicamente a ser utilizado em fins terapêuticos e não deve por isso ser confundido com garrafas de ar comprimido ou com garrafas de oxigénio industrial;

3. As garrafas são controladas pelas entidades fornecedoras de oxigénio, sendo sujeitas a uma prova hidráulica em cada cinco anos, a fim de verificar se estas se mantêm estanques e em boas condições de segurança;

4. A garrafa tem inscrito no seu bojo algumas informações de grande importância, nomeadamente:

a) Tipo de gás
Aparece normalmente uma das seguintes indicações: “O2”, “Ox”, “Oxigénio”, “Oxigénio medicinal”. Esta informação indica o gás contido na garrafa.
b) Capacidade ou volume da garrafa
Aparece normalmente a indicação “V” (Volume) ou “C” (Capacidade), indicadora da quantidade em litros que podem ser contidos na garrafa se ela fosse cheia à pressão atmosférica normal.
c) Pressão de prova hidráulica
Aparece normalmente a indicação “PE” (Pressão de ensaio) ou “PP” (Pressão de prova). Este valor indica a pressão a que foi sujeita a garrafa no último teste hidráulico, avaliando assim a possibilidade de resistência a pressões idênticas àquelas a que a garrafa se vai sujeitar quando em serviço.
A unidade de pressão é habitualmente o “bar”.

Nota:
Ao longo deste texto quando nos referirmos a pressões vamos por razões metodológicas assumir o “bar” como unidade fundamental. No entanto, outras unidades de pressão poderão ser utilizadas, como por exemplo, o Kgf/cm2, a atm, a lbs/inc2, ou ainda os psis (1 bar = 1 atm = 1 Kgf/cm2 ~ 15 psis).

d) Pressão de utilização
Usualmente e alinhada com a informação referida na alínea anterior, surge a indicação “PS” (Pressão de serviço) ou “PT” (Pressão de trabalho), cujo valor traduz a pressão máxima à qual a garrafa se encontra no início da sua utilização, ou seja, quando está cheia de gás.
e) Data da última prova hidráulica
Como já foi referido, as provas hidráulicas são efectuadas em períodos regulares. Para garantir a regularidade dos testes é gravado nas garrafas o mês e ano do último teste, bem como a empresa responsável pela sua execução. Citamos 2 exemplos:

Ex1: 11.99 xyz
A garrafa foi verificada em NOV1999, pela firma xyz.
Ex2: 07.95 wwk
A garrafa foi verificada em Julho de 1995, pela firma wwk e não deverá ser cheia sem efectuar novo teste.

f) Peso da garrafa
Aparece normalmente a indicação “T” (Tara) ou, eventualmente, “P” (Peso) que nos traduz o peso da garrafa quando vazia.
g) Proprietário
Em alguns casos é também gravada a indicação do proprietário da garrafa, como por exemplo, CVP ou INEM, que nos indica que o proprietário do equipamento é a Cruz Vermelha Portuguesa ou o Instituto Nacional de Emergência Médica.
h) Nº de série de fabrico da garrafa
É possível encontrar ainda uma série de algarismos e letras que têm a função de identificar a série e o número da garrafa quando do seu fabrico.